Hallo!
Me chamo Paula Pensak e sou estudante de Relações Internacionais na PUC-Rio. Há quase dois anos atrás decidi fazer intercâmbio na Alemanha. Meu principal motivo era porque minha monografia seria sobre o comércio dentro da OMC de produtos agrícolas entre países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, e a União Européia. Mas, além disso, aprender alemão também era uma prioridade, e nem preciso falar na experiência de vida que ganharia.
Todo o tempo, eu sabia que um ano em um país completamente diferente do Brasil não seria fácil. Já havia feito intercâmbio no Texas durante cinco meses, mas por algum motivo sabia que esse seria mais difícil. Bom, cheguei aqui, na cidade de Nürnberg, e foi exatamente o que aconteceu. O inverno foi muito cruel e por fim fiquei um pouco deprimida, o que eu acho natural em um lugar com -20 graus de temperatura.
A cidade de Nürnberg é uma cidade com um enorme número de empresas e ao seu redor é possível encontrar grandes nomes como Siemens e Adidas. Por isso, o número de imigrantes é enorme. Tem gente de todos os lugares do mundo: Turquia, China, México, Espanha e lógico, os farofas do Brasil. Também conhecida como a capital do Hip-Hop na Alemanha, a cidade tem inúmeras boates e bares que ficam lotados aos fins de semana. Boates e bares esses que têm um rígido sistema de segurança nas portas e que sempre fazem questão de não deixar estrangeiros entrarem. Principalmente latinos. Como um exemplo, tenho dois amigos brasileiros que fizeram intercâmbio aqui semestre passado. Eles tentaram entrar em uma boate específica cinco vezes! Sim, eles são penta em serem barrados! E isso não é justificável pelo fato de estarem mal vestidos ou “alegrinhos”. Os seguranças da porta inventavam qualquer desculpa e não adiantava questionar, afinal, a palavra deles era lei.
Além desse exemplo, tenho inúmeros outros e a cada vez que isso acontece fico mais e mais revoltada e me questiono o porquê disso acontecer. Será mesmo a camisa que não é social? Será o sapato? Será a meia que não é branca ou o cinto que não é preto? Ou será mais um exemplo de neo-nazimo? Afinal, verdade seja dita, Nürnberg era a cidade preferida do Hitler e por ela pode-se encontrar monumentos que foram usados para a realização de manifestações do partido. Ainda hoje o fantasma do nazismo assombra a Alemanha e em especial a cidade de Nürnberg, terceira mais destruída durante a guerra por ter sido a capital dos “bigodinhos”.
Até mesmo na minha própria rua tem um símbolo nazista pintado na parede e, além disso, pode-se ver diversas pessoas vestidas com capas até o pé, coturnos pretos e se dizem neo-nazistas.
Esse tópico voltou às notícias globais com a extradição dos EUA para a Alemanha de John Demjanjuk, ex-guarda nazista acusado de ter matado mais de 29 mil pessoas. Por isso resolvi trazer a tona.
Bom, a questão que quero levantar é a seguinte: será que até hoje é possível presenciar atos nazistas ou são somente exemplos de mentes altamente preconceituosas? Será que o nazismo ficou na história e lá se mantém? Além disso, este tipo de ação acontece somente na Alemanha ou é possível presenciá-las em outros países e até mesmo no Brasil?
Liebe Grüsse aus Deutschland!
Paula Pensak
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